NOSSA VISÃO CRÉDITO E MERCADO

NOSSA VISÃO 08/03/2021

RETROSPECTIVA
Semana marcada mais uma vez pelos temas relacionados as vacinas e a pandemia da Covid-19, o Brasil atingiu um número extremamente grave e preocupante, alcançando recordes de infectados e de mortos na esfera global (7% em comparação com o resto do mundo).
Em paralelo, a nossa moeda tem o pior desempenho ante ao Dólar, uma situação tão precária que não atrai investimento externo, devido ao quadro fiscal em deterioração, o constante desgaste político e a extrema dificuldade para aprovar medidas estruturais, além dos dizeres impulsivos do Presidente da República.
Na sexta feira (05), a OMS declarou a situação brasileira no combate a pandemia como preocupante, aliado a uma pesquisa realizada por pesquisadores brasileiros não residentes, dizendo que o Brasil pode ser o celeiro de variantes, podendo prejudicar o resto do mundo.
O Brasil passa a ser visto como ameaça sanitária para o resto do mundo, chegando a marca de 260 mil mortos e uma agenda de imunização abaixo da desejável.
As preocupações com os rendimentos dos títulos americanos, foco da semana anterior, se estabilizaram, deixando o mercado menos volátil, os índices acionários americanos fecharam a semana com ganhos.
O FED diz que a volatilidade nas taxas de juros dos treasuries, é questão de transição, e que têm mecanismos para controlar a inflação. A preocupação então, fica por conta da taxa de desemprego por lá, que gira em torno de 9,5%.
Na Ásia, o foco continuou sendo os Estados Unidos e as treasuries norte americanas. Houve também, ao final da semana, discussões sobre o PIB chines, uma vez que as projeções indicaram um crescimento abaixo do esperado por lá.
As ações de tecnologia do Japão e da China, apresentaram muita volatilidade na semana, principalmente o índice ChiNext de startups. Em Pequim, foi falado sobre o aumento gastos com pesquisa e desenvolvimento em mais de 7% a.a em relação ao PIB, para os próximos cinco anos.
Na Europa, já se sente a necessidade de novos estímulos para superar a crise, enquanto alguns países comemoram resultados econômicos positivos, outros declaram novamente o “lockdown”, como é o caso da Alemanha, que declarou a medida até 28 de março.
Porém a situação agora pode ser diferente, com o processo de imunização em andamento, a medida restritiva pode ser tornar mais eficiente, as vacinas já demonstraram a sua eficácia e agora resta aguardar o momento em que a grande massa esteja vacinada. 0
Por aqui, a aprovação da PEC Emergencial no Senado ditou o resto da semana, agora o texto volta agora para votação na Câmara na próxima quarta-feira (10).
O dólar comercial apresenta constante queda e o Banco Central do Brasil manteve o swap diário em 16 mil contratos.
Em resumo, a Bovespa fechou em alta 4,69% a 115.202 mil pontos, o Dow Jones se valorizou 1,82% e a Nasdq deteriorou em (2,06).
RELATÓRIO FOCUS
Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as projeções subiram de 3,87% para 3,98%. Para 2022, a previsão para o IPCA ficou 3,50%. Para 2023 e 2024, as estimativas ficaram em 3,25%.
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) caiu de 3,29% para 3,26% em 2021. Para 2022, a estimativa também caiu de 2,50% para 2,48%. Para 2023 e 2024, a projeção permanece em 2,50%.
A taxa de câmbio subiu de R$5,10 para R$5,15 esse ano. Para 2022, o valor subiu de R$5,03 para R$5,13. Para 2023, a projeção ficou em R$5,00. Para 2024, o valor também ficou em R$5,00.
Para a taxa Selic, os analistas mantiveram os 4,00% em 2021, alta para 5,50% para 2022. Para 2023 e 2024, a projeção é de 6%.

PERSPECTIVA
Para a próxima semana, devemos observar os efeitos da decisão de Fachin em relação ao Ex-Presidente Lula, ainda é muito cedo para especular sobre a decisão no longo prazo.
Entretanto o debate no mercado se concentra também nas possíveis reações de Jair Bolsonaro, que pode escolher o caminho de realizar atitudes mais populistas para tentar ter força para a eleição de 2022.
Podemos observar alguma mobilização dos Bancos Centrais em relação a política monetária, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia.
Podendo se esperar uma mudança na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central.
Devemos observar também, o desenrolar da PEC emergencial, que teve sua primeira etapa aceita e deve seguir para o Senado no dia (10).
A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido. O que tudo indica é auxílio emergencial menor e por cerca de quatro meses, como o mais indicado, sendo preciso ainda observar a PEC emergencial.
Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial, mesmo atrasado, o país segue tentando cumprir o plano estipulado.
A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.
Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.
Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação que começou acelerar e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA. Mesmo com o Relatório Focus indicando uma desaceleração do índice para os próximos períodos.
Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.
Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas. É provável que a qualquer sinal de melhora constante na economia, devemos ter uma elevação da SELIC, mesmo que antes do projetado.
Os sinais de abertura na curva de juros, demonstrada pelo aumento da taxa de juros e a alta volatilidade nos títulos federais de longo prazo, aliada ao fato que acontecia desde 2002 e que aconteceu em setembro e outubro de 2020, com as LFTs (Tesouro Selic) sendo negociada a taxas negativas, indica a pressão sobre a Selic.
O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.
Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, com a estratégia de alocação em 10%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 10%, recomendamos a não movimentação no segmento. Os demais recursos mantenham-nos em “quarentena” esperando um melhor momento para realocar. Tomar decisões precipitadas enseja realizar uma perda decorrente da desvalorização dos investimentos sem possibilidades de recuperação na retomada dos mercados. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

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