CREDITO E MERCADO NOSSA VISÃO – 05/04/2021 06/04/2021

NOSSA VISÃO – 05/04/2021

  • 06/04/2021

RETROSPECTIVA

Semana marcada mais uma vez por pontos relacionados a pandemia, no contraponto entre o ápice da curva de infectados e o avanço na agenda de vacinação. Temas relacionados ao governo também se fizeram presente, com a proposta orçamentaria aprovada e a dança das cadeiras nos ministérios.

Pelo terceiro ano consecutivo, o governo federal terá que se endividar para arcar com as despesas correntes (como a Previdência Social, salários de servidores, subsídios e o custeio da máquina pública).

Devido tal atitude ferir a “regra de ouro” da Constituição Federal, o Congresso precisará autorizar esses endividamentos. E o que tudo indica, é que esse processo possa se repetir para o próximo ano.

No total, R$ 453,7 bilhões do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) 2021 estão condicionados a essa autorização.

Como possível forma de resposta a pressão sofrida por Bolsonaro em relação ao combate a pandemia, o Presidente do Brasil anunciou uma grande reforma ministerial ao início da semana, ao todo, seis ministérios passaram por mudanças em Brasília.

Em um cenário geral, Bolsonaro perde força, o denominado “centrão” se fortalece e o ponto estratégico do governo, que seria Paulo Guedes, não consegue se movimentar para atender as expectativas de mercado.

Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden anunciou, na quarta-feira (31), o aguardado pacote de infraestrutura de US$ 2,2 trilhões focado em auxiliar o país a minimizar os impactos da pandemia na economia.

A expectativa é de que o pacote seja parte de um plano ainda mais ambicioso por parte do governo norte americano, que ainda terá investimentos voltados para a área de saúde.

O valor do pacote deve ser despendido ao longo de oito anos, para financiar a medida, o imposto sob empresas deve subir 21% para 28%.

Joe Biden também deve adotar medidas destinadas a impedir o offshoring de lucros – a migração dos lucros para outros países-, com o objetivo de elevar a arrecadação de impostos em território nacional.

Na Europa, a região apresentou alta na semana, puxada pelo bom momento norte americano e asiático, além do forte resultado dos índices dos Gerentes de Compras de Manufatura da Zona do Euro, com destaque para o da Alemanha.

Em resumo, a maioria dos índices acionários iniciaram abril no campo positivo. Mesmo com as dificuldades devido a pandemia de coronavírus, os números das principais economias estão reagindo positivamente e alimentando as projeções de uma recuperação global mais acelerada.

No que tange os indicadores de referência, o Ibovespa obteve o ganho de 5,99% no mês e acumula queda de 2% no trimestre. Nos primeiros 3 meses do ano o Dow Jones acumula ganho de 7,7%, o S&P 500 valorizou 5,7% e o Nasdaq ganhou 2,7%.

 

RELATÓRIO FOCUS

Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção foi mantida em 4,81%. Para 2022, a previsão para o IPCA saiu de 3,51% para 3,52%. Para 2023 e 2024, as estimativas ficaram em 3,25%.

A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) caiu de 3,18% para a 3,17% em 2021. Para 2022, a estimativa caiu de 2,34% para 2,33%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%.

A taxa de câmbio saiu de R$5,33 para R$5,35 para 2021. Para 2022, o valor saiu de R$5,26 para R$5,25. Para 2023 e 2024, a projeção ficou em R$5,00

Para a taxa Selic, os analistas mantiveram em 5,00% em 2021, mantiveram os 6,00% em 2022. Para o ano seguinte, a projeção foi mantida para 6,50% e caiu de 6,38% para 6,25% em 2024.

PERSPECTIVA

As perspectivas se mantem as mesmas da semana anterior, os temas seguem proporcionalmente os mesmos, agora com o foco nos efeitos das decisões tomadas por Jair Bolsonaro referente aos ministérios e em relação ao Projeto de Lei Orçamentária Anual aprovado na semana.

As expectativas positivas em relação ao Brasil, passam por um processo de imunização mais eficiente, e ao que parece, podemos estar próximos dessa aceleração.

Teremos agora que acompanhar as decisões do Bancos Centrais em relação a política monetária, que indica seguir com medidas contracionistas, tendo em vista o plano de vacinação em prática, a aceleração da inflação e os estímulos que seguem sendo despejados na economia.

Podendo se esperar mais mudanças na taxa de juros no futuro próximo, como já é adiantado no relatório semanal do Banco central.

Devemos observar também, o desenrolar da PEC emergencial, que já em vigência aumenta o poder de compra dos consumidores e pode impactar a inflação de curto prazo.

A partir disso, teremos que avaliar o andamento de reformas e em qual intensidade será elaborada, agora com a Câmara e Senado definido.

Devemos observar também o processo de imunização da população brasileira com novas vacinas podendo entrar no plano inicial e agora com possível produção nacional com a ButantanVac.

A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento e teto de gastos, restando apenas esperar que o acordado seja respeitado, caso o desajuste fiscal aconteça, além de gerar desconfiança dos investidores estrangeiros, geraria um aumento inesperado e brusco na taxa de juros, por esse motivo, e do risco Brasil, fato que seria prejudicial para a o momento atual da economia.

Situação que o Brasil vem tentando evitar ao longo dos últimos anos, reconquistar os investidores estrangeiros, a partir de um quadro fiscal mais bem elaborado, uma agenda de reformas estruturais, que ocasionalmente levaria o Brasil a um controle maior sobre as receitas e gastos governamentais.

Segue no radar, o aumento dos índices de preço da economia, uma inflação acelerada e que tem impactos significativos já no curto prazo, podendo já ser vista no IPCA. Agora com a sinalização do Relatório Focus indicando uma aceleração do índice para os próximos períodos.

Apesar de todas as oscilações de mercado, as expectativas seguem sendo o plano de vacinação contra a Covid-19 e toda a pauta de reforma que segue sem definição pelo governo.

Os dados indicam uma pressão no curto prazo nos preços ao consumidor amplo e isto pode levar o Banco Central a intensificar as discussões sobre o ritmo das reformas.

Os sinais de abertura na curva de juros, demonstrada pelo aumento da taxa de juros e a alta volatilidade nos títulos federais de longo prazo, aliada ao fato que não acontecia desde 2002 e que aconteceu em setembro e outubro de 2020, com as LFTs (Tesouro Selic) sendo negociada a taxas negativas, indica a pressão sobre a Selic.

O mais recomendado para o atual momento é a cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter sem ainda a desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

Mantemos nossa recomendação de adotar cautela nos investimentos e acompanhamento diário dos mercados e estratégias. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (CDI, IRF-M1, IDkA IPCA 2A). Para o IMA-B que é formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que são as NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), não estamos recomendando o aporte no segmento, com a estratégia de alocação em 5%, sendo indicado para os RPPS que possuem porcentagem igual ou maior, aos que possuírem porcentagem inferior a 5%, recomendamos a não movimentação no segmento. Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

* Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.

Indicadores Diário – 01/04/2021

Índices de Referência – Fevereiro/2021

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