CREDITO E MERCADO NOSSA VISÃO – 04/07/2022

NOSSA VISÃO – 04/07/2022

RETROSPECTIVA

A semana apresentou grande volatilidade, porém o Ibovespa ficou praticamente estável no resultado acumulado, com alta de apenas 0,7%. Entretanto, o índice apresentou queda acima de 11% em junho.

Já o real se apreciou na semana, com alta de 1,5%, mas recuou quase 10% frente ao dólar em junho.

O IBGE divulgou que a economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre de 2022, resultado abaixo das expectativas do mercado. A alta foi puxada, principalmente, pelo setor de serviços, que representa cerca de 70% do PIB brasileiro e evidencia uma retomada de atividades que ainda estavam reprimidas em razão da Covid-19.

Com o objetivo de diminuir os efeitos do cenário de inflação sobre os consumidores, a proposta realizada pelo governo ao congresso substitui parte das medidas de redução de carga tributária, por medidas que aumentarão o gasto público via transferências governamentais.

O governo pretende elevar o valor do benefício auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600. Além disso, pretende dobrar o valor do Vale Gás e criar um voucher para os caminhoneiros.

Como resultado, o investidor estrangeiro deixa o Brasil, ocasionado pelo risco fiscal apresentado pelo país, e elevando assim, a cotação do dólar.

Foi aprovada a PEC dos combustíveis, que limita o ICMS dos combustíveis de 17% a 18%, de acordo com o estado.

O resultado primário do Governo Central em maio apresentou déficit de R$ 39,4 bilhões. Como resultado, o superávit do acumulado de 2022 foi reduzido.

A taxa de desemprego para o trimestre encerrado em maio caiu para 9,8%, sendo essa a primeira vez que o resultado se apresenta abaixo de 10% desde janeiro de 2016.

Nos EUA, o consumo real das famílias em maio diminuiu 0,4%. Os dados refletem a perda do poder de compra, impactando negativamente o crescimento do país.

O presidente do Federal Reserve reforçou que levará a inflação de volta para a meta e que o processo de aperto monetário poderá ser mais doloroso.

As bolsas de Nova Iorque apresentaram o pior semestre dos últimos 50 anos, ocasionado principalmente pela alta inflação.

O ministro da Economia da Alemanha pediu que a população economize energia, para enfrentar a crise energética que estão passando em razão do conflito na Ucrânia.

RELATÓRIO FOCUS

A greve de alguns colaboradores do Banco Central afetou novamente a divulgação do Boletim Focus da semana. Os trabalhadores reivindicam a reposição das perdas inflacionárias nos últimos anos, que chegam a 27%.

A greve continuará até o dia 4, último dia possível para conceder aumentos salariais para funcionários públicos este ano.

PERSPECTIVAS

Serão divulgados os resultados do PMI de várias economias, como o do Reino Unido, da Zona Euro, EUA, Canadá e Austrália.

A Austrália divulgará a decisão sobre a taxa de juro de curto prazo, a qual possui projeção de 1,35%.

Os EUA irão divulgar as atas da reunião do FOMC, a qual fornece percepções detalhadas sobre a posição do comitê sobre a política monetária.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) fará um pronunciamento sobre as taxas de juros de curto prazo.

As expectativas são de que os bancos centrais globais continuem apertando suas políticas monetárias para conter a inflação. Como consequência, poderá levar a desaceleração econômica e aperto nas condições financeiras.

A Câmara dos Deputados analisará nas próximas semanas a proposta da PEC dos Benefícios que custarão aos cofres públicos R$ 41,25 bilhões até dezembro.

Quanto a nossa recomendação, sugerimos cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter ainda sem desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

Porém, os títulos públicos principalmente na parte curta, além de fundos de vértice, muitos RPPS aderiram por conta da recessão e havendo oportunidades a quem quiser ingressar.

Mantivemos a não recomendação de fundos de longuíssimo prazo (IMA-B 5+) 5% em fundos de longo prazo (IMA-B TOTAL E FIDC/ CRÉDITO PRIVADO/ DEBÊNTURE) e 25% em fundos Gestão Duration.

No desempenho de renda fixa, médio prazo além dos índices pôs fixados (IDKA IPCA 2A e IMA-B 5) recomendamos também a entrada gradativa em fundos atrelados ao IRF-M, chegando ao patamar de 5%.

Quanto a exposição em curto prazo, recomendamos fundos atrelados ao CDI e também ao IRF-M1 na totalidade de 15%.

Com o COPOM sinalizando que deve continuar com ciclo de alta em menor proporção e posteriormente uma manutenção se a inflação continuar resistente mediante a política de juros, pode se entender que o mercado está precificando que os índices em médio prazo irão cair, passando parte da nossa estratégia para pré-fixados.

Uma alternativa que vem se mostrando forte nos últimos tempos, e que possui boa expectativa, é a diversificação em fundos de investimento no exterior, recomendamos a exposição de 10% em fundos que não utilizam hedge cambial.

Quanto a fundos de ações atrelados a economia doméstica recomendamos a entrada gradativa de modo que o investidor fique atento a oportunidades da bolsa de valores, construindo um preço médio mais atrativo.

Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

INVESTIDOR COMUM – SEM PRÓ GESTÃO

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