NOSSA VISÃO CREDITO E MERCADO

Nossa Visão – 17/06/2019

Retrospectiva
No início da semana que passou o Congresso Nacional, em sessão conjunta, finalmente aprovou o projeto que autoriza operações de 248,9 bilhões de reais em créditos fora da regra de ouro, o que garante o pagamento dos gastos da União.

Dois dias depois, foi apresentada pelo relator da proposta, deputado Samuel Moreira, nova versão da reforma da Previdência que prevê uma economia de R$ 913,4 bilhões em dez anos. O novo texto retirou os pontos mais polêmicos e incluiu aumento de imposto para os bancos. Quanto aos estados e municípios, excluídos da proposta, o relator disse que tentará recoloca-los na reforma. O presidente da Câmara dos Deputados disse acreditar que o projeto pode ser votado ainda antes do recesso que se inicia em 18 de julho.

Em relação à economia internacional, na zona do euro, a produção industrial caiu 0,5% em abril, frente a março, sobretudo por conta do forte declínio na Alemanha. Na comparação anual a queda foi de 0,4%.

Nos EUA, o índice de preços ao consumidor, CPI, subiu apenas 0,1% em maio, comparado a abril, em linha com as expectativas. Na comparação anual o avanço foi de 1,8%.

Ainda em maio, as vendas no varejo norte-americano subiram 0,5%, frente a abril, quando a previsão era de alta de 0,6%. Já a produção industrial, subiu 0,4% também frente a abril, quando os analistas esperavam alta de apenas 0,1%.

Para os mercados de ações internacionais, a semana que passou foi de altas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã subiu 0,42% e o FTSE-100, da bolsa inglesa 0,19%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana avançou 0,47% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 1,11%.
Em relação à economia brasileira, o IPC-S desacelerou ainda mais e reduziu sua alta a 0,04% na segunda quadrissemana de junho, depois de ter subido 0,12% na primeira. Já o IGP-M acelerou a alta a 0,73% na primeira prévia de junho, depois de ter subido 0,58% no mesmo período do mês anterior.
Conforme o IBGE, o setor de serviços cresceu 0,3% em abril, frente a março e teve a primeira alta no ano. Em relação a 2018 houve recuo de 0,7%. As vendas varejistas, por sua vez, caíram 0,6% também em abril frente março, mas tiveram alta de 1,7% frente ao ano anterior.
Após recuar 0,30% em março, o IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, teve nova baixa em abril ao recuar 0,47% em relação ao mês anterior. Na comparação anual  recuo a queda foi de 0,62%.
Para a bolsa brasileira, foi outra semana de alta. O Ibovespa subiu 0,22% nesse período. No ano a variação positiva é de 11,55% e em doze meses de 38,56%. O dólar, por sua vez, subiu 0,63% na semana e o IMA-B Total subiu 0,42%.
Comentário Focus
No Relatório Focus de 14 de junho, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,84% em 2019, frente a 3,89% na semana anterior. Para 2020 a estimativa é de que suba 4,00%, também como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que, no fim de 2019 a taxa Selic estará em 5,75%, frente a 6,50 nas últimas 29 pesquisa anteriores e em 2020 em 6,50%, frente a 7,00% na pesquisa anterior.
Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estimou a evolução do PIB em 0,93%, frente a 1,00% na semana anterior. Para 2020 a estimativa é que o PIB cresça 2,20%, frente a 2,23% na semana anterior.
Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana deverá estar em R$ 3,80 no final do ano, como no último relatório e em R$ 3,80 no final de 2020, também como na semana anterior.
Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 84,30 bilhões em 2019, frente a US$ 83,60 bilhões na última pesquisa e de US$ 84,36 bilhões em 2020, como na pesquisa anterior.
Perspectiva
Nesta semana, na zona do euro, teremos a divulgação da última apuração da inflação do consumidor em maio.
Nos EUA, teremos nova reunião do comitê de política monetária do FED.
No Brasil, serão divulgados os dados parciais de inflação e teremos nova reunião do Copom, em semana de feriado.
No exterior teremos, nos EUA, nova reunião do FED, sendo que a manutenção da taxa básica no intervalo entre 2,25% e 2,50% é o resultado mais provável. No Brasil, haverá nova reunião do Copom, em um momento em que o corte da taxa Selic em 2019 tornou-se cenário predominante para os analistas.

Em relação às aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo gestor.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) recomendamos uma exposição de 30% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDB’s a alocação agora sugerida é de 15%.
Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da nova resolução editada pelo CMN, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).
Quanto à renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de crescimento das empresas neste e nos próximos anos, como já dissemos, em uma conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda esteja no campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais demandadas pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento positivo das ações, no futuro.
Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.
Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

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