ENFOQUE MACRO | INFORME SEMANAL E PERSPECTIVAS

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BRASIL: IBC-Br apresenta avanço de 0,7% na margem em novembro

MUNDO: Inflação na Zona do Euro atinge 5,0% em 12 meses

 

No mercado internacional, a semana continuou repercutindo a discussão sobre a necessidade de um aperto monetário mais agressivo pelo Fed,  em decorrência da crescente preocupação com a inflação nos EUA. Embora o impacto nas curvas de juros tenha sido neutro, após alta expressiva na semana passada, a percepção de juros mais elevados contribuiu para o recuo de aproximadamente 5% do S&P. Além disso, a elevação do petróleo no mercado global também foi um assunto de forte relevância, com o Brent apresentando valorização de 1,9% na semana, acumulando alta de 12,7% no ano. Tensões geopolíticas e menor preocupação com o impacto da Omicron na demanda global impulsionam esse desempenho. Na China, apesar de números mistos a respeito da atividade, a adoção de medidas de estímulo monetário favoreceram o desempenho das commodities. No mercado doméstico, os principais eventos  ficaram em torno da possibilidade de redução de impostos sobre os combustíveis. Na semana, houve abertura da curva de juros, em especial para os vértices de médio e longo prazo. No mais, o Ibovespa destoou do S&P e avançou 2,1%, enquanto o real acompanhou o ambiente de dólar fraco contra moedas emergentes e registrou apreciação de 1,4%.

O Índice do Banco Central de atividade (IBC-Br) teve avanço de 0,7% na margem em novembro. O indicador prévio do PIB registrou resultado ligeiramente abaixo da nossa projeção (0,8%). Na comparação interanual, o índice teve alta de 0,4%. O indicador repercutiu o crescimento do volume de serviços (2,4%) e das vendas do varejo (0,5%) no mês, apesar da queda da produção industrial (-0,2%) na margem em novembro. Com o resultado, o IBC-Br se encontra 0,7% abaixo do nível pré-crise. Em termos de carrego estatístico, a média de outubro e novembro representa queda de 0,4% em relação à média do 3º trimestre de 2021. Com isso, nossa projeção de PIB para o ano de 2021 permanece em 4,6%.

A balança comercial registrou déficit de US$ 620 milhões na segunda semana de janeiro, acumulando saldo positivo de US$ 810 milhões no mês. Esse resultado ligeiramente pior é fruto do baixo nível de exportações dessa semana em relação à semana anterior, com alta de 33% na comparação da média diária interanual. O resultado foi beneficiado pela maior variação de soja, óleos brutos de petróleo, café, carne bovina. Por outro lado, o nível de importações registrou alta de 20,4% na mesma base comparativa interanual, puxada pelo crescimento da Indústria Extrativa e da Indústria de Transformação, embora o setor de Agropecuária tenha recuado 22%. Para o ano, nossa projeção é de superávit comercial de US$ 39,2 bilhões.

Na Zona do Euro, a inflação ao consumidor (CPI) apresentou variação em linha com as expectativas em dezembro. Em termos anuais, a inflação cheia alcançou 5,0%. Destaque para os preços de energia, que encerraram o ano com variação anual de 25,9%, ante aumento de 27,5% registrado até novembro. O núcleo da inflação, métrica que exclui a inflação com alimentos e combustíveis e costuma receber mais atenção por parte das autoridades monetárias, avançou 2,6% na comparação anual. A pressão sobre a cadeia de bens e a alta nos preços de energia tendem a manter a inflação em trajetória altista, mas ainda dentro da meta em 2022 e 2023. Com este resultado, o Banco Central Europeu (BCE) deverá manter a política monetária expansionista, adotando como cenário base a transitoriedade da inflação mais alta, ainda que na margem os membros do BCE tenham manifestado preocupação com o patamar mais elevado da inflação.

Por fim, na China, os dados de atividade foram mistos. O PIB da China no 4º trimestre  avançou 4%, acima da expectativa do mercado (3,3%). Com isso, a China cresceu 8,1% em 2021, após avanço de 2,2% em 2020. Em relação aos dados de dezembro, a produção industrial, na comparação interanual, apresentou expansão de 4,3%, ante expectativa de 3,7%, o que representou melhora diante das recentes frustrações em virtude das medidas de restrições à mobilidade e problemas no fornecimento de energia. De outro lado, as vendas no varejo surpreenderam negativamente, com avanço de apenas 1,7% em termos anuais, bem abaixo da expectativa de 3,8%. O número foi pressionado pelo novo surto da pandemia que tem implicado em redução da mobilidade no país. Nossa expectativa é de crescimento de 5,0% para este ano, embora a desaceleração do setor imobiliário mantenha presente viés de baixa para as projeções sobre a atividade econômica.

Na próxima semana

Na agenda doméstica, destaque para a divulgação do IPCA-15 (BRAM: 0,50%) na quarta-feira e dados de emprego na quinta e sexta-feira. No cenário internacional, destaque para a decisão da taxa de juros do FOMC na quarta-feira e dados de PMI dos Estados Unidos e Zona do Euro na segunda-feira.

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