CREDITO E MERCADO NOSSA VISÃO – 14/02/2022

NOSSA VISÃO – 14/02/2022

RETROSPECTIVA

Novamente tivemos uma boa semana com o fechamento do real e da bolsa valorizados. O Ibovespa encerrou a semana com alta de 1,2% e quase aos 114 mil pontos, sendo essa, a quinta semana consecutiva de valorização.

O Dólar fechou a semana com uma queda de 1,44% em relação ao real, com cotação da moeda estrangeira a R$ 5,25.

O IPCA de janeiro foi divulgado, com alta de 0,54% no mês e alta de 10,38% nos últimos 12 meses, sendo a maior inflação para o mês nos últimos 6 anos, porém em linha com as expectativas e reforçando a sinalização do Banco Central sobre as perspectivas de política monetária.

O presidente do Banco Central disse durante um evento que o pico da inflação no Brasil desse ano será entre abril e maio, devido à quebra de safra e alta de petróleo.

Na ata do Copom publicada durante a semana, a previsão é que novos aumentos aconteçam em menor magnitude na taxa Selic para as próximas reuniões que acontecerão.

Foi divulgado que as vendas no varejo cresceram 0,3% em dezembro, acumulando alta de 4,5% em 2021, mas um resultado 1,6% abaixo do nível pré pandemia.

Já os serviços prestados em dezembro cresceram 1,4% em relação a novembro, descontados efeitos sazonais, com alta de 10,5% em 2021.

Também tivemos o aumento das tensões entre a Rússia e Ucrânia. Na sexta-feira, os EUA alertaram que a Rússia estaria concentrando mais tropas ao redor da Ucrânia e que uma invasão poderia acontecer a qualquer momento. Com isso, volatilidade nos mercados aumentaram e preços do petróleo avançaram mais de 3%.

Nos EUA, os dados de inflação ao consumidor, o CPI, atingiram 0,6% em janeiro, superando as expectativas e acumulando 7,5% em 12 meses, o maior patamar dos últimos 40 anos. O resultado reforçou a postura anunciada pelo Fed, com o mercado apostando que a política monetária deverá ser ainda mais dura.

Como resultado, os títulos de 10 anos americanos chegaram a 2%, o maior nível desde 2019, pressionando as ações globais, com isso, o mercado precifica mais de 6 elevações da taxa básica de juros norte americana para 2022.

RELATÓRIO FOCUS

Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção aumentou de 5,44% para 5,50% em 2022. Para 2023, a previsão para o IPCA permaneceu em 3,50%. Para 2024, as estimativas aumentaram de 3,00% para 3,04%. Para 2025, as projeções ficaram em 3,00%.

A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) se manteve em 0,30% em 2022. Para 2023, a estimativa caiu de 1,53% para 1,50%. Para 2024 a projeção se manteve em 2,00%, e para 2025, a projeção também se manteve em 2,00%.

Para a taxa de câmbio em 2022, o valor caiu de R$5,60 para R$5,58. Para 2023, a projeção se diminuiu de R$ 5,50 para R$5,45. Para o ano de 2024, a projeção caiu de R$ 5,39 para R$ 5,32, e para 2025 a projeção se manteve em R$ 5,35.

Para a taxa Selic em 2022, a projeção subiu de 11,75% para 12,25%. No ano seguinte, a projeção manteve a mesma para 8,00%. Em 2024 a projeção subiu de 7,00% para 7,25% e para 2025, as projeções se mantiveram em 7,00%.

PERSPECTIVAS

No Brasil, os destaques dessa semana serão as negociações a respeito dos projetos de desoneração de combustíveis.

Já no cenário internacional, os destaques são sobre preços de commodities. Além das divulgações da inflação ao produtor e vendas do varejo de janeiro nos EUA. Na China termos a divulgação da inflação ao produtor e ao consumidor. Já nos EUA teremos também a divulgação da ata da última reunião de juros.

A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento do país, segue sendo um tema de preocupação, principalmente devido as manobras do governo para ampliar o teto de gastos.

Outro fator que tende a trazer um cenário mais desafiador é a antecipação da corrida eleitoral, onde há uma expectativa de alta polarização entre os candidatos à presidência.

Sendo assim, permanece a recomendação de cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter ainda sem desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

Sobre a nossa ótica, mantivemos a não recomendação de fundos de longuíssimo prazo (IMA-B 5+ E IDKA 20A), 5% em fundos de longo prazo (IMA-B TOTAL E FIDC/ CRÉDITO PRIVADO/ DEBÊNTURE) e 30% em fundos Gestão Duration.

Diante da expectativa de alta na taxa de juros fundos atrelados ao CDI tendem a ter bom desempenho, indicamos uma maior porcentagem de exposição em fundos de curto prazo (CDI), que agora passa a ser 15%, enquanto os fundos de médio prazo, passam a representar 10% de acordo com a nossa alocação tática.

Em relação aos fundos pré-fixados, não recomendamos a estratégia, pois diante da expectativa de alta na taxa de juros o desempenho destes fundos tende a ser afetado. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (IRF-M1, IDkA IPCA 2A).

Já para os títulos públicos, seguindo nossa ótica e diante das seguidas elevações na taxa de juros demonstram ser uma boa oportunidade. Recomendamos que a exposição seja feita primeiramente utilizando a marcação à mercado, e posteriormente quando atingindo o valor esperado, seja feita a transferência para marcação na curva.

Uma alternativa que vem se mostrando forte nos últimos tempos, e que possui boa expectativa, é a diversificação em fundos de investimento no exterior, recomendamos primeiramente a exposição em fundos com hedge com 5% para posteriormente realizar uma entrada gradativa em fundos que não utilizam hedge cambial também com 5%.

Quanto a fundos de ações atrelados a economia doméstica recomendamos a entrada gradativa de modo que o investidor fique atento a oportunidades da bolsa de valores, construindo um preço médio mais atrativo.

Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui