CREDITO E MERCADO NOSSA VISÃO – 04/10/2022 10/10/2022

NOSSA VISÃO – 04/10/2022

RETROSPECTIVA

O comitê de política monetária do Federal Reserve elevou a meta de juros dos Fed Funds em 0,75pp, levando a taxa para o intervalo entre 3-3,75%. O FED reforçou a necessidade de novos aumentos nos juros para que a inflação americana retorne à meta de 2% e sinalizou que os juros devem subir até 4,6% no ano que vem.

A intensa e rápida alta de juros nos EUA aumenta a probabilidade de recessão na maior economia do mundo e foi um dos fatores para a queda das bolsas pelo mundo essa semana. O S&P 500, principal índice da bolsa americana, recuou -4,65% na semana. No ano, a queda chega a -23,00%.

O secretário do tesouro britânico, Kwasi Kwarteng, anunciou o pacote fiscal para estimular a economia britânica e inclui medidas como ampla redução de impostos e subsídios para a energia nos próximos dois anos. Após o anúncio, a libra caiu para o menor nível em relação ao dólar desde 1985. O gasto será financiado por meio de endividamento público, e será da ordem de 150 bilhões de libras nos próximos dois anos.

O Presidente do Banco Central do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, sinalizou que a condução de política monetária ultra-expansionista. ficaria inalterada por dois a três anos. Após tal comunicação, o iene atingiu uma mínima de 24 anos, levando a intervenção no mercado cambial pela primeira vez desde o final dos anos 90.

O Banco da Inglaterra elevou a taxa de juros em 0,5pp, para 2,25%, de acordo com parte das expectativas do mercado. No país, o mercado de trabalho segue apertado e a inflação elevada.

O Banco Popular da China manteve as taxas de juros na terça-feira, buscando um equilíbrio entre afrouxar a política monetária e conter mais perdas em um yuan já enfraquecido. O banco manteve em 3,65% a taxa de empréstimo de um ano, que determina as taxas de juros que os maiores bancos do país cobram de seus clientes, enquanto a taxa de cinco anos, que incide sobre hipotecas permaneceu em 4,30%. A medida ocorre depois que o banco central cortou inesperadamente as taxas de empréstimo em agosto, em uma tentativa de sustentar o crescimento econômico que foi severamente impactado pelos bloqueios relacionados ao Covid-19 este ano. O PBoC agora precisa manter um delicado equilíbrio de afrouxar a política para estimular o crescimento econômico, ao mesmo tempo em que não garante mais depreciação do yuan.

O presidente russo Vladimir Putin anunciou que as forças armadas do país convocariam suas reservas imediatamente e ameaçou com uso de armas nucleares. O movimento representou um importante aumento da escala da guerra contra a Ucrânia. O exército russo está se movendo para anexar os territórios ucranianos ocupados no leste e sul do país. O ataque russo vem como resposta à recente contra-ofensiva ucraniana que impôs derrotas significativas ao seu adversário.

O dólar fechou a semana com queda de 0,24%. Em 2022, a moeda norte-americana acumula recuo de 5,86.

NO BRASIL

O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil, o Copom, manteve a taxa Selic em 13,75%, em linha com as expectativas. A decisão significou interrupção no processo de alta de juros iniciado em março de 2021, quando a taxa básica estava em 2,00%. O comunicado que acompanhou a decisão trouxe elementos que sugerem que, apesar da manutenção dos juros, o Copom segue preocupado com a inflação. O comitê tentou sinalizar que a decisão representa uma pausa para avaliação, não necessariamente o fim do ciclo de aperto monetário.

O Ibovespa encerra a semana com alta acumulada de 2,22%, aos 111.716 pontos.

RELATÓRIO FOCUS

Quanto o relatório focus dessa semana, as projeções para 2022 seguem da seguinte forma:

Para o IPCA a projeção diminuiu de 6,00% para 5,88%.

O PIB aumentou de 2,65% para 2,67%.

Já a taxa de câmbio não houve alterações, sendo R$5,20.

Quanto a taxa selic, a projeção permanece em 13,75%.

EXPECTATIVA

Na próxima semana, o destaque continua sendo a política monetária nos Estados Unidos, com discursos de dirigentes do Fed e a divulgação do índice de inflação preferido pelo Fed, o deflator dos gastos com consumo, que devem dar o tom para o mercado. Além disso, nos EUA teremos o dado de PIB do segundo trimestre, sondagens empresariais de setembro na China e inflação ao consumidor de agosto na Europa.

A próxima semana será marcada pela reta final do primeiro turno das eleições e pela ata da última reunião do Copom. Na seara de dados econômicos, os destaques no Brasil serão o IPCA-15 de setembro, para o qual esperamos deflação de -0,16% e os dados de setor externo e mercado de trabalho de agosto.

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