Na quarta-feira (30), o Comitê de Política Monetária reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual, para 5% ao ano. Se mantida por um longo período, nova taxa de juros pode abrir espaço para retomada do consumo e dos investimentos.
Por Bianca Pinto Lima e Luiz Guilherme Gerbelli, GloboNews e G1
31/10/2019 08h56 Atualizado em 45 minutos
Ana Paula Vescovi (Santander), Fernando Honorato (Bradesco) e Leonardo Fonseca (Credit Suisse) — Foto: Celso Tavares e Marcelo Brandt/G1
A economia brasileira vive um quadro inédito. A taxa básica de juros nunca esteve tão baixa e a expectativa é que ela caia ainda mais até o fim deste ano, pelo menos. Na quarta-feira (30), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual, para 5% ao ano.
A mudança no patamar de juros traz uma série de oportunidades. Para as famílias, pode significar crédito mais barato, estimulando a volta mais vigorosa do consumo. Do lado das empresas, tem um efeito direto na saúde financeira e abre a espaço para financiamentos mais baratos e longos, o que pode ser um incentivo para a retomada consistente do investimento. Essa combinação pode contribuir para uma aceleração da atividade econômica.

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“A economia está passando por uma recuperação importante e que vai ser gradual. Essa recuperação vai ficar mais perceptível para a sociedade, e ela está assentada numa recuperação cíclica com essa redução sustentada das taxas de juros”, afirma a economista-chefe do banco Santander, Ana Paula Vescovi.
A manutenção dos juros baixos depende, no entanto, do prosseguimento da agenda de reformas, dizem economistas ouvidos pelo G1 e pela GloboNews. A recente aprovação de mudanças na Previdência foi considerada um passo importante, mas agora o Brasil tem de avançar com mais reformas, como a administrativa, e melhorar a sua produtividade.
O G1 e a GloboNews entrevistaram três economistas-chefes de bancos sobre o novo patamar da Selic. Leia as entrevistas:

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“Eu acredito que (os juros baixos) vieram para ficar. É logico que, quando eu falo que vieram para ficar, eu estou colocando também a expectativa de que o país continue caminhando na agenda de reformas”, diz o economista-chefe do banco Credit Suisse, Leonardo Fonseca.
Se mantidos, os juros mais baixos têm potencial, de fato, para promover uma aceleração importante do crédito no país. Atualmente, o tamanho desse mercado como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) ainda é pequeno. A Selic mais baixa pode abrir a porta para aumentar essa relação.
“Se a gente for capaz de manter o juro baixo, dá para dobrar o tamanho do crédito, de 70% do PIB para 135% do PIB como é nos emergentes”, afirma o economista-chefe do banco Bradesco, Fernando Honorato.
Para a economista-chefe do banco Santander, Ana Paula Vescovi, a agenda de reformas ainda está distante de ser concluída para que o Brasil permaneça com os juros baixos.
“O Brasil está longe de completar todas as reformas que precisa empreender. Nós precisamos vencer a barreira da desigualdade e isso tem de ocorrer por meio da construção de uma economia mais eficiente e que use melhor os recursos que estão a sua disposição”, afirma.
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