NOSSA VISAO CREDITO E MERCADO 23 DE DEZEMBRO DE 2019

Nossa Visão – 23/12/2019
Retrospectiva
A semana foi de ganhos para os mercados de risco, com o abrandamento das tensões geopolíticas (impeachment nos EUA, Brexit, Argentina) e o noticiário positivo da economia nas principais regiões, além de ausência de notícias ruins que pudessem surpreender.
Nos EUA, foi divulgado que o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto, que engloba os setores industrial e de serviços, avançou a 52,2 pontos, o maior em cinco meses, e reforça que a economia norte americana avança com vigor.
Já na região do euro, o PMI composto ficou estável em 50,6 pontos, indicando que a expansão do bloco continua modesta, com destaque para o PMI industrial, que recuou para 45,9 pontos, apontando contração do setor.
O banco central da Inglaterra decidiu, por maioria de votos, manter a taxa básica de juros inalterada em 0,75% ao ano, bem como a manutenção do programa de compra de ativos. O colegiado declarou que espera ver apenas um crescimento econômico marginal no quarto trimestre, depois que o PIB aumentou 0,3% no terceiro trimestre, acrescentando que a economia global está mostrando sinais de estabilização.
No Japão, o banco central local decidiu manter a taxa de depósito de curto prazo inalterada em -0,10% ao ano, e a meta do juro do título do governo japonês de 10 anos em torno de 0,0%, além de manter o compromisso de comprar 80 trilhões de ienes em títulos soberanos.
Para os mercados de ações internacionais, a semana foi de valorizações. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã, subiu 0,27% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, avançou 3,11%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, valorizou 1,65% e o Nikkei 225, da bolsa japonesa, caiu -0,86%.
Por aqui, destaque para a divulgação da ata do COPOM. O documento informou que os membros do comitê veem que o ritmo de crescimento da economia será gradual, porém revelaram que a economia local se encontra num caminho pavimentado. Entretanto, a ata não trouxe indicações sobre os próximos passos na definição do juro básico da economia, ao afirmar que o atual estágio do ciclo impõe cautela.
O Bacen divulgou o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), com a projeção para o IPCA mantida em 4% em 2019. No último relatório divulgado, em setembro deste ano, a projeção do Bacen era de 3,3% para o IPCA. A previsão para 2020 é de 3,5%, ante 3,6% projetado no documento de setembro.
O IBGE divulgou que o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, subiu 1,05% em dezembro, o maior resultado mensal desde junho de 2018. Destaque para a alta do grupo Alimentação e Bebidas, que apresentou a maior variação (2,59%), e o maior impacto, de 0,63 ponto percentual. A alta do grupo é explicada pelo aumento no preço das carnes.
Para a bolsa brasileira a semana manteve o ritmo de recuperação e recordes. O Ibovespa avançou 2,27% na semana, aos 115.121 pontos, acumulando valorização no ano de 30,99% e 34,34% em doze meses. O dólar comercial encerrou a sessão de sexta-feira cotado a R$ 4,095. Na semana, a moeda norte-americana recuou 0,33%. Já o IMA-B Total encerrou a semana com desvalorização de -1,67%, acumulando ganhos no ano de 21,03%.

Relatório Focus
No Relatório Focus revelado hoje, os economistas que militam no mercado financeiro aumentaram, pela quinta semana consecutiva, a estimativa para o IPCA deste ano para 3,98%, registrando uma nova alta em relação às previsões da semana passada, que estava em 3,86%. A projeção reflete uma maior preocupação sobre a pressão do aumento de custos sobre os preços de produtos e serviços. Para 2020 a estimativa foi mantida em 3,60%, a mesma de oito semanas atrás. O resultado continua abaixo da meta de inflação fixada pelo CMN para este ano, de 4,25%, e do ano que vem de 4,00%.
Com a Selic definida em 4,50% para este ano, o mercado financeiro manteve suas apostas em relação à taxa de juros, informando que ao final de 2020 a taxa estará em 4,50%, mesma taxa da semana anterior. Para 2021, a previsão é de que a Selic encerre o ano em 6,25%, ante 6,13% da pesquisa anterior.
A projeção do mercado para o PIB de 2019 subiu novamente nesta semana. A expectativa de crescimento da economia este ano passou a ser de 1,16%, ante 1,12% da semana anterior. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,99%. Para 2020, o mercado financeiro revisou a previsão de expansão do PIB para 2,28% ante 2,25% da semana anterior. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,20%. Em dezembro, o Bacen atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0,9% para elevação de 1,2%.
A projeção para o dólar no fim de 2019 foi alterada para R$ 4,10, ante R$ 4,15 da semana anterior. Um mês atrás a estimativa era de R$ 4,10. Para o próximo ano, a projeção para o câmbio foi mantida em R$ 4,10.
Para o Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na economia, a mediana das previsões para 2019 foi alterada para US$ 76,10 bilhões. Há um mês, estava em US$ 77,00 bilhões. Para 2020, a expectativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões, os mesmos US$ 80,00 bilhões de um mês antes.

Perspectiva
Em semana esvaziada devido aos feriados, destaque por aqui para o último dia da semana, que concentrará a divulgação de três indicadores relevantes: o IGP-M, a ser revelado pela FGV, os números da Pnad Contínua, a ser divulgada pelo IBGE, com o índice de desemprego e números relacionados ao mercado de trabalho, além do resultado primário do governo central referente a novembro, que reúne as contas do Tesouro, Previdência Social e Bacen.
Nos EUA, destaque para os números de encomendas de bens duráveis e estoque de petróleo, a serem revelados na terça-feira.
Em relação às aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo gestor.
Para os vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos um aumento da exposição para 15%, em razão do prêmio que ainda poderá ser capturado devido à taxa básica de juros na mínima histórica, além da pauta de reformas que deverão refletir na melhora do quadro fiscal do país.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação é para uma redução na exposição para 20%, e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs, a alocação sugerida passa a ser de 5%. Ambas as reduções estão relacionadas à taxa de juros doméstica na mínima histórica, com objetivo de redirecionar os recursos para os mercados com maiores possibilidades de ganhos.
Quanto à renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfólio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.
Para a alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é uma redução para 5% dos recursos e de 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a nossa recomendação é de aumento da exposição para 20% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de crescimento das empresas neste e nos próximos anos em uma conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas.
Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, o ajuste das recomendações se dará através da redução no teto dos investimentos em ações.
Adicionamos na estratégia a recomendação de investimentos no segmento de investimentos no exterior, com um percentual máximo de 5%, devido à necessária diversificação da carteira na busca por investimentos descorrelacionados da taxa de juros doméstica, além do recente surgimento de produtos direcionados a este segmento.

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