NOSSA VISÃO – 31/01/2022

RETROSPECTIVA

Tivemos uma semana mais tranquila com bons resultados para a bolsa de valores e para o câmbio.

O Ibovespa continuou a ter resultados positivos durante a semana e a encerrou com alta de +2,7% totalizando quase 112 mil pontos.

Por outro lado, o dólar fechou a semana com uma queda de -0,75% em relação ao real com cotação da moeda à R$ 5,38/USD.

A prévia do IPCA-15 apresentou alta de 0,58% no último mês, bem acima das previsões que o mercado projetou e acumulou alta de 10,2% nos últimos 12 meses.

As contas externas encerraram 2021 com déficit de US$ 28 bilhões, pior que o resultado de 2020, mas melhor que os resultados pré-pandemia.

Bolsonaro sancionou o orçamento de 2022, aprovando gastos discricionários para poder recompor o orçamento de gastos obrigatórios, principalmente no que tange à folha de pagamento.

O Brasil foi convidado a fazer parte da OCDE, porém terá que cumprir alguns requisitos para que seja parte da organização que realiza pesquisas, define diretrizes e firma importantes acordos que impactam sobre a política e a economia dos países membros, a fim de promover o desenvolvimento de seus participantes.

A tensão geopolítica entre Rússia e Ucrânia está pressionando o preço do barril do petróleo em momentos de vulnerabilidade enérgica da Europa, o que aumentou a dependência do uso do gás natural. Com isso, os governadores decidiram prorrogar o congelamento do ICMS sobre combustíveis por mais 60 dias para tentar conter os preços, já que o barril de petróleo chegou a 90 dólares, o maior valor desde 2014.

O Fed manteve as expectativas da elevação da taxa de juros, mas não é apropriado subi-la em breve, o que possivelmente irá acontecer somente em março.

Além disso, o presidente do banco central norte americano informou que não descarta a possibilidade de elevar a taxa em as reuniões durante o ano. Com isso, o mercado passou a precificar 5 altas nos juros americanos em 2022.

Em 2021 o índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE), indicador de inflação utilizado pelo Fed, subiu 3,9%, o maior aumento desde 1990. Já a economia cresceu 5,7%, o resultado mais forte desde 1984.

Na China, na véspera do feriado de Ano Novo Lunar, maior feriado do país e que se inicia nessa semana, os índices HSI e CSI 300 acumulam queda de -4% na semana causado pelo aumento nos casos de Covid-19, que atingiram o pico dos últimos 18 meses, além do pessimismo do mercado em relação às empresas de tecnologia.

Além disso, a sinalização da injeção de estímulos na economia favoreceu as moedas exportadoras de commodities.

RELATÓRIO FOCUS

Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção aumentou de 5,15% para 5,38% em 2022. Para 2023, a previsão para o IPCA aumentou de 3,40% para 3,50%. Para 2024, as estimativas se mantiveram em 3,00%. Para 2025, as projeções ficaram em 3,00%.

A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou de 0,29% para 0,30% em 2022. Para 2023, a estimativa caiu de 1,69% para 1,55%. Para 2024 a projeção se manteve em 2,00%, e para 2025, a projeção também se manteve em 2,00%.

Para a taxa de câmbio em 2022, o valor se manteve em R$5,60. Para 2023, a projeção se manteve em R$ 5,50. Para o ano de 2024, a projeção se manteve em R$ 5,40 e para 2025 a projeção se manteve em R$ 5,39.

Para a taxa Selic em 2022, a projeção se manteve em 11,75%. No ano seguinte, a projeção manteve a mesma para 8,00%. Em 2024 e 2025, as projeções também se mantiveram em 7,00%.

PERSPECTIVAS

No Brasil, teremos a reunião do Copom na terça e quarta-feira, as expectativas são de que a taxa Selic alcance 10,75% na tentativa de minimizar a inflação.

Além disso, haverá divulgação do resultado primário do setor público consolidado, da criação de empregos formais (CAGED) e da produção industrial, todos referentes a dezembro.

No cenário internacional teremos a publicação de dados de emprego nos Estados Unidos de dezembro.

Teremos também os resultados do PIB do 4º trimestre e dos índices de inflação ao consumidor e ao produtor na Zona do Euro referente a janeiro.

A preocupação com o quadro fiscal, o grave endividamento do país, segue sendo um tema de preocupação, principalmente devido as manobras do governo para ampliar o teto de gastos.

Outro fator que tende a trazer um cenário mais desafiador é a antecipação da corrida eleitoral, onde há uma expectativa de alta polarização entre os candidatos à presidência.

Sendo assim, permanece a recomendação de cautela ao assumir posições mais arriscadas no curto prazo, a volatilidade nos mercados deve se manter ainda sem desenhar um horizonte claro, em razão principalmente pelo nosso cenário político.

Sobre a nossa ótica, mantivemos a não recomendação de fundos de longuíssimo prazo (IMA-B 5+ E IDKA 20A), 5% em fundos de longo prazo (IMA-B TOTAL E FIDC/ CRÉDITO PRIVADO/ DEBÊNTURE) e 30% em fundos Gestão Duration.

Já em fundos de médio e curto prazo, houve alterações. Diante da expectativa de alta na taxa de juros fundos atrelados ao CDI tendem a ter bom desempenho, indicamos uma maior porcentagem de exposição em fundos de curto prazo (CDI), que agora passa a ser 15%, enquanto os fundos de médio prazo, passam a representar 10% de acordo com a nossa alocação tática.

Em relação aos fundos pré-fixados, não recomendamos a estratégia, pois diante da expectativa de alta na taxa de juros o desempenho destes fundos tende a ser afetado. Mantemos a sugestão para que os recursos necessários para fazer frente às despesas correntes sejam resgatados dos investimentos menos voláteis (IRF-M1, IDkA IPCA 2A).

Já para os títulos públicos, seguindo nossa ótica e diante das seguidas elevações na taxa de juros demonstram ser uma boa oportunidade. Recomendamos que a exposição seja feita primeiramente utilizando a marcação à mercado, e posteriormente quando atingindo o valor esperado, seja feita a transferência para marcação na curva.

Uma alternativa que vem se mostrando forte nos últimos tempos, e que possui boa expectativa, é a diversificação em fundos de investimento no exterior, recomendamos primeiramente a exposição em fundos com hedge com 5% para posteriormente realizar uma entrada gradativa em fundos que não utilizam hedge cambial também com 5%.

Quanto a fundos de ações atrelados a economia doméstica recomendamos a entrada gradativa de modo que o investidor fique atento a oportunidades da bolsa de valores, construindo um preço médio mais atrativo.

Para aqueles que enxergam uma oportunidade de investir recursos a preços mais baratos, municie-se das informações necessárias para subsidiar a tomada da decisão.

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