NOSSA VISÃO – 09/09/2019 – CREDITO E MERCADO

NOSSA VISÃO – 09/09/2019 – CREDITO E MERCADO

Retrospectiva

Semana de recuperação para os mercados acionários mundo afora, diante da divulgação de importantes indicadores que influenciaram os negócios.

Destaque para o anúncio de um acerto entre Pequim e Washington para a realização de negociações interministeriais de comércio no início de outubro, com vistas a avançar na questão das tarifas sobre o comércio de produtos entre as potências.

Na China, foi divulgado que o índice de gerentes de compra industrial (PMI, na sigla em inglês) da Caixin/Markit subiu para 52,1 pontos no mês passado, o maior nível desde maio, na comparação aos 51,6 pontos do mês de julho, mostrando sinais claros de recuperação em agosto.

Na zona do Euro, destaque para a aprovação de um projeto de lei pelo parlamento britânico que impede a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, sem um acordo amigável com o bloco. Com isso, a data limite que era 31 de outubro pode ser estendida para mais três meses.

Nos EUA, foi divulgado que a atividade manufatureira medida pelo Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) caiu para 49,1 no mês passado, ante 51,2 em julho. Leituras abaixo de 50 pontos indicam contração da atividade fabril, que é responsável por 12% da economia norte-americana. O ISM informou que houve uma queda perceptível na confiança dos empresários, denotada pela forte contração de novas encomendas de exportação.

Ainda por lá, foi divulgada a criação de 130 mil novos postos de trabalho não agrícola em agosto, mantendo o número de pessoas desempregadas em 6,0 milhões. Com isso, a taxa de desemprego se manteve em 3,7%, mesmo número dos últimos três meses. Os dados ficaram baixo das expectativas do mercado, mas foram suficientes para a manutenção das apostas em novo corte de juro pelo Federal Reserve (FED). Outro momento aguardado foi o discurso do presidente do FED, Jerome Powell, porém suas declarações em tom comedido não trouxeram novos sinais.

Para os mercados de ações internacionais, a semana foi majoritariamente de alta nas principais bolsas de valores. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã, subiu 2,11% e o FTSE-100, da bolsa inglesa, avançou 1,04%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana, valorizou 1,78% e o Nikkei 225, da bolsa japonesa, cresceu 2,38%.

Em relação à economia brasileira, destaque para o IPCA divulgado pelo IBGE relativo a agosto. O índice variou 0,11% ficando 0,08 ponto percentual abaixo da taxa de julho, de 0,19%. Com isso, a variação acumulada no ano ficou em 3,34%, e nos últimos doze meses em 3,34%. O principal impacto negativo no índice foi no grupo de habitação, que oscilou 1,19% no mês. O destaque positivo  foi nos grupos de alimentos e bebidas (-0,09%) e transportes (-0,07%).

Ainda por aqui, foi divulgado que a produção industrial recuou 0,3% em julho, terceiro resultado negativo consecutivo, enquanto a expectativa apontava para expansão de 0,50%.

De positivo, a fala do presidente do BACEN, Roberto Campos Neto, indicando uma possível redução estrutural nos depósitos compulsórios dos bancos junto ao Banco Central. A notícia é positiva, pois permite uma maior oferta de crédito e redução do spread bancário.

Para a bolsa brasileira a semana foi de valorização nos preços das ações. O Ibovespa avançou 1,78% na semana, acumulando valorização no ano de 17,12% e 34,70% em doze meses. O dólar comercial encerrou a sessão de sexta-feira cotado a R$ 4,0797 na compra R$ 4,0804 na venda. Na semana, a moeda norte-americana teve uma valorização de 1,49%. Já o IMA-B Total encerrou a semana com crescimento de 0,50%, acumulando ganhos no ano de 16,80%.

Relatório Focus

No Relatório Focus divulgado hoje, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,54% em 2019, uma redução ante os 3,59% da semana anterior. Para 2020 a estimativa foi reduzida para 3,82%, ante 3,85% da semana anterior. O resultado continua abaixo da meta de inflação fixada pelo CMN para este ano, de 4,25%.

Para a taxa Selic, o mercado financeiro manteve suas projeções, com o relatório informando que, ao final de 2019, a taxa Selic estará em 5,00%, e em 2020 em 5,25%, mesma projeção da semana anterior.

O mercado financeiro manteve a projeção para o crescimento da economia, com a expansão do PIB fixada em 0,87% neste ano, mesmo número da projeção anterior. Para 2020 a estimativa foi reduzida para 2,07%, ante 2,10% da semana passada.

Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana deverá estar em R$ 3,87 no final do ano, ante R$ 3,85 do último relatório. Para 2020 a estimativa é que o dólar encerre o ano cotado a R$ 3,85, enquanto na semana anterior a projeção era de R$ 3,82.

Para o Investimento Estrangeiro Direto, caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na economia, as expectativas são de um ingresso de US$ 85 bilhões em 2019, igual um mês atrás, e de US$ 84,68 bilhões em 2020, mesmo número da pesquisa anterior.

 

Perspectiva

A semana inicia com informações sobre o saldo da balança comercial da China, cujo resultado de agosto foi superávit de US$ 34,8 bilhões, isso em meio aos primeiros sinais mais concretos dos efeitos da guerra comercial entre China e EUA. Os analistas esperavam um resultado superior, ao redor de US$ 44,2 bilhões. O número é inferior ao registrado no mês de julho, de US$ 45,2 bilhões.

Os investidores aguardam a reunião do Banco Central Europeu nesta semana, na qual novos estímulos à economia da zona do euro são esperados, em meio a preocupante inflação fraca e crescimento econômico pífio, após a divulgação de que o PIB por lá cresceu 0,2% no segundo trimestre, após expansão de 0,4% nos primeiros três meses do ano.

A cautela deve prevalecer no radar dos investidores. Sem um direcional definido, esperamos alguma volatilidade nos mercados no decorrer da semana.

Em relação às aplicações dos RPPS aconselhamos o investimento de 25% dos recursos em fundos de investimento em títulos públicos que possuem a gestão do duration, produto a ser acompanhado com a devida atenção por conta das posições assumidas pelo gestor.

Para os vértices de longo prazo (especificamente o IMA-B Total) recomendamos uma exposição de 10%.

Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total), a recomendação é para uma exposição de 25% e para os vértices de curto prazo, representados pelos fundos DI, pelos referenciados no IRFM-1 e pelos CDBs a alocação sugerida é de 10%.

Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento e as exigências da resolução CMN nº 3.922/2010 conforme alterada, é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo).

Quanto à renda variável, recomendamos uma exposição máxima de 30%, por conta da melhora do ambiente econômico neste ano, que já se refle em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores e também pelo fato da importância do produto como fator de diversificação de portfolio, em um momento em que as taxas de juros dos títulos públicos não mais superam a meta atuarial.

Para a alocação em fundos multimercado a nossa sugestão é de 10% dos recursos e de 2,5% a alocação em FII e FIP, respectivamente, dada a pouca disponibilidade de produtos no mercado enquadrados para os RPPS. Para o investimento em ações, a nossa recomendação é de 15% dos recursos, tendo-se em vista o potencial de crescimento das empresas neste e nos próximos anos, como já dissemos, em uma conjuntura de baixa inflação e taxas de juros nas mínimas históricas. Muito embora ainda esteja no campo das expectativas, a implementação das reformas estruturais demandadas pelo mercado em muito também poderão influenciar o comportamento positivo das ações, no futuro.

Para aqueles clientes que já contam com investimento de 5% tanto em FII, quanto em FIP, recomendamos que o teto de investimento em ações se mantenha em 10%.

Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.

* Aos clientes que investem em FIDC / Crédito Privado / Fundo Debênture, utilizar como limite máximo o percentual destinado ao Médio Prazo.

** Aos clientes que investem em Fundos de Participações e Fundos Imobiliários em percentual superior a 2,5% em cada, reduzir a exposição de 15% aos Fundos de Ações na proporção desse excesso.

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